Guia básico de primeiros socorros em crianças
Engasgos,
queimaduras, fraturas ou cortes: saiba como agir em situações de emergência.
Danielle
Nordi, iG São Paulo
Mesmo vigiadas de perto, crianças podem
surpreender e, em questão de segundos, se envolverem em alguma situação de
risco. Cortes, quedas, engasgos e queimaduras são alguns exemplos. Você saberia
como prestar os primeiros socorros para uma criança?
“Prestar os primeiros socorros é muito diferente de medicar. Estamos falando apenas da primeira assistência a quem está precisando. O próximo passo é procurar um hospital para se certificar que está tudo bem”, resume Kátia dos Santos Narciso, enfermeira docente do curso de Enfermagem e de Primeiros Socorros em Crianças da filial de São Paulo da Cruz Vermelha Brasileira.
Confira orientações com os
procedimentos mais adequados em algumas situações de emergência comuns.
Engasgo - O que fazer:
A
técnica indicada para crianças de até sete anos é a da tapotagem, que consiste
em inclinar o corpo da criança para frente e com as mãos em concha bater nas
costas até que o objeto seja expelido pela boca. A orientação é da professora
titular de primeiros socorros da Faculdade de Educação Física UNI-FMU e autora
do livro “Turminha dos Primeiros Socorros” (Editora Phorte), Flavia Maria Serra
Ghiroto.
Depois dessa idade, pode-se
aplicar a manobra de Heimlich, também conhecida como compressão abdominal. Essa
técnica é parecida com abraçar uma pessoa pelas costas e fazer compressão com a
mão para dentro e para cima ao mesmo tempo.
“Antes dos sete anos a manobra de Heimlich
não é a primeira indicação porque é mais agressiva. Se a pessoa que a fizer não
souber aplicá-la corretamente poderá comprometer as costelas da criança”,
afirma Flavia.
O que NÃO fazer:
A professora lembra que o
reflexo imediato de muitas mães de tentar tirar o que estiver obstruindo as
vias respiratórias colocando o dedo na garganta da criança não é indicado se o
objeto não estiver visível e com fácil acesso. Isso pode fazer com que o
problema se agrave.
Queimadura - O que fazer:
Queimaduras por líquido quente
são bastante comuns em crianças. O mais indicado, se for uma queimadura leve, é
colocar a parte do corpo queimada debaixo de água corrente por 15 minutos.
“Se a queimadura for muito
grave e a pessoa não estiver respirando, tem que fazer respiração boca a boca.
Nesse caso, chame o resgate imediatamente”, recomenda a enfermeira Kátia.
O que NÃO fazer:
Ao contrário do que muitos acreditam, não é indicado passar pasta de
dente ou colocar pó de café.
Intoxicação - O que fazer:
O melhor a se fazer é
levar a criança até um hospital. Se possível, leve junto a embalagem do produto
ingerido para que os médicos possam recomendar procedimentos mais eficazes.
O que NÃO fazer:
“Uma coisa que muitos fazem equivocadamente é dar leite para cortar o
efeito. Está errado. Da mesma forma, induzir a criança ao vômito também não
pode”, afirma Kátia.
Fratura e torção - O que fazer:
A única
maneira de ter certeza se houve ou não fratura, quando ela não é visível, é
através da radiografia. A indicação inicial é colocar gelo no local, observar o
inchaço e verificar se tem hematoma.
Se o inchaço persistir e tiver
muito hematoma, é muito provável que tenha ocorrido algum tipo de
comprometimento ósseo. “Além de diminuir o inchaço, o gelo tem um fator
analgésico que é benéfico para acalmar a dor. Se a dor persistir, procure um
hospital”, recomenda Flavia Maria Serra Ghiroto.
Queda - O que fazer:
Se bater a cabeça, a criança
deve ser avaliada por um médico. Os pais precisam ficar atentos a vômitos e ao
estado da criança. Se ela estiver amuada, confusa ou não dormir direito, o
melhor a se fazer é levá-la ao hospital assim que possível.
O que NÃO fazer:
Kátia explica que não
deixar a criança dormir se ela bater a cabeça é um mito. “Isso foi criado
porque pensavam que ela poderia entrar em coma. Mas uma pessoa dormindo, com
respiração e batimentos cardíacos normais, é diferente de quem está em processo
de perda de consciência”.
Corte - O que fazer:
“O local deve ser lavado com
água e sabão. Depois, faça uma compressão com gazes ou um pano limpo para
tentar parar o sangramento”, ensina Ariovaldo Lopes, pediatra do Hospital
Infantil Sabará.
Se o corte não for claramente
superficial, o indicado é procurar um hospital para avaliar a necessidade de
dar ponto. “Deixar para suturar depois pode inviabilizar o procedimento, porque
em poucas horas o risco de infecção aumenta e a sutura deixa de ser
recomendada”, explica Kátia dos Santos Narciso, enfermeira docente do curso de
Enfermagem e de Primeiros Socorros em Crianças da filial de São Paulo da Cruz
Vermelha Brasileira.
Afogamento - O que fazer:
Nestes casos, o primeiro
passo é checar se a pessoa está respirando. Se não estiver, deve-se iniciar um
procedimento conhecido como Reanimação Cardiopulmonar (RCP). Essa técnica é
complexa e o ideal seria aprendê-la através de um treinamento específico.
“Se ninguém souber e não
houver tempo de chamar socorro, a respiração boca a boca é mais simples:
ventila-se duas vezes dentro da boca da vítima, mantendo as narinas fechadas”,
recomenda Kátia.
Transporte da vítima - O que fazer:
Chamar a ambulância. Transportar
uma pessoa que tenha passado por algum tipo de trauma é contraindicado. “Em
casos de fratura, por exemplo, o transporte deverá ser realizado com o membro
fraturado sobre uma superfície plana. Em casos de suspeita de trauma na coluna,
deve-se evitar manipulações e solicitar remoção por uma ambulância”, ensina
Ariovaldo.
“É um risco fazer o transporte
por conta própria”, ressalta Kátia. Só o transporte feito por profissionais
treinados vai garantir a estabilidade da vítima.
fonte:-http://delas.ig.com.br/filhos/guia-basico-de-primeiros-socorros-em-crianca
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