Dicas de como se relacionar com um deficiente visual
Quando se deparam com um deficiente visual (DV), muitas pessoas tidas como "normais", ficam extremamente desconfortáveis. Fato compreensível, visto que a maioria dessas pessoas não convive com a referida população.
Deficiência visual é uma categoria que inclui pessoas cegas e pessoas com visão reduzida ou baixa visão, abrangendo da limitação de imagens à ausência total de luz. As causas são de ordens variadas, sendo as mais comuns: malformação oculares, glaucoma, catarata, traumas, alterações relacionadas à hipertensão, diabetes ou consumo excessivo de álcool e drogas.
É importante ressaltar que apesar da limitação visual o deficiente é perfeitamente capaz, podendo, quando reabilitado, ter independência total nas atividades por ele desenvolvidas.
Abaixo estão dispostas algumas dicas essênciais de como lidar com um deficiente visual:
_ Trate o DV como qualquer outra pessoa. Ele é capaz de desenvolver qualquer atividade, somente utilizará de técnicas diferentes;
_ Fale com o DV num tom de voz normal. Muitas pessoas para compensarem a ausência da visão tendem a gritar com o deficiente;
_ Mesmo que acompanhado, dirija-se diretamente ao DV quando quiser falar com ele. Identifique-se através de um contanto físico (toque) e do nome para que a pessoa oriente-se e saiba que é com ela que está falando;
_ Utilize sem constrangimento as palavras "veja", "olhe", "cego" ou "cegueira". São palavras que também pertecem ao cotidiano do DV;
_ Quando deixar o DV sozinho em uma área desconhecida, certifique-se que ele está próximo de algo que possa tocar (parede, mesa, corrimão). Com isso o deficiente se sentirá mais seguro e conseguirá se orientar no espaço. Nunca se esqueça de avisar quando se ausentar, evitando assim, que o deficiente fique falando sozinho;
_ Ofereça ao DV o maior número de informações, quando estiver em ambiente desconhecidos e em situações inusitadas;
_ Identifique as direções como "esquerda/direita", "frente/trás", "acima/abaixo". Oriente-o por esquinas e nome de ruas; evite utilizar termos como "aqui", "ali", "para lá", "para cá"...etc...;
_ Em um restaurante, descreva a localização das mesas e cadeiras, indicando os lugares vagos. Quando não estiver em escrita Braile, leia em voz alta o cardápio, oportunizando a escolha do próprio pedido;
_ Quando o alimento chegar, se for de interesse do DV, descreva sua disposição utilizando as posições do relógio como referência;
_ Antes de pensar em guiar um DV, pergunte se ele está precisando de ajuda;
_ Para guiar um DV, espere que ele segure no seu braço e acompanhe o movimento de seu corpo enquanto anda;
_ Para sentar, guie o DV até a cadeira e coloque a mão dele no braço ou no encosto e deixe que a pessoa sente-se sozinha;
_ Para subir e descer do ônibus, basta indicar, colocando a mão do DV na alça externa vertical e ele subirá sozinho; (em ônibus de turismo, oriente o DV das condições de segurança, por serem diferentes ao ônibus urbano, diga a ele o número de degraus, a porta de passagem para o corredor, forneça o maior número de dados possíveis);
_O cão-guia é um animal com a responsabilidade de guiar um dono que não enxerga, portanto não o distraía com agrados;
_ Não mude os móveis ou pertences pessoais do DV sem o informar;
_ Deixe todas as portas abertas ou todas as portas fechadas. Portas, inclusive dos móveis, entreabertas podem ser perigosas;
_ Seja cauteloso ao questionar o DV quanto a sua cegueira, pois alguns apresentam dificuldades em expor sua condição de deficiente, além desta ser uma informação pessoal que deve ser respeitada.
Elaborado por: Dra. Lígia Aparecida Furlan - Terapeuta Ocupacional e Técnica em Orientação e Mobilidade.
Colaboradores: Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores -
Av. Washington Luiz nº 570 - Vila Marieta
Campinas - SP
fone:- (19) 3231 2136
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