sábado, 10 de setembro de 2011

Dicas de como se relacionar com um deficiente visual




    Quando se deparam com um deficiente visual (DV), muitas pessoas tidas como "normais", ficam extremamente desconfortáveis. Fato compreensível, visto que a maioria dessas pessoas não convive com a referida população. 
      Deficiência visual é uma categoria que inclui pessoas cegas e pessoas com visão reduzida ou baixa visão, abrangendo da limitação de imagens à ausência total de luz. As causas são de ordens variadas, sendo as mais comuns: malformação oculares, glaucoma, catarata, traumas, alterações relacionadas à hipertensão, diabetes ou consumo excessivo de álcool e drogas.
      É importante ressaltar que apesar da limitação visual o deficiente é perfeitamente capaz, podendo, quando reabilitado, ter independência total nas atividades por ele desenvolvidas.

    Abaixo estão dispostas algumas dicas essênciais de como lidar com um deficiente visual:

  
_ Trate o DV como qualquer outra pessoa. Ele é capaz de desenvolver qualquer atividade, somente utilizará de técnicas diferentes;

_ Fale com o DV num tom de voz normal. Muitas pessoas para compensarem a ausência da visão tendem a gritar com o deficiente;

_ Mesmo que acompanhado, dirija-se diretamente ao DV quando quiser falar com ele. Identifique-se através de um contanto físico (toque) e do nome para que a pessoa oriente-se e saiba que é com ela que está falando;

_ Utilize sem constrangimento as palavras "veja", "olhe", "cego" ou "cegueira". São palavras que também pertecem ao cotidiano do DV;

_ Quando deixar o DV sozinho em uma área desconhecida, certifique-se que ele está próximo de algo que possa tocar (parede, mesa, corrimão). Com isso o deficiente se sentirá mais seguro e conseguirá se orientar no espaço. Nunca se esqueça de avisar quando se ausentar, evitando assim, que o deficiente fique falando sozinho;

_ Ofereça ao DV o maior número de informações, quando estiver em ambiente desconhecidos e em situações inusitadas;

_ Identifique as direções como "esquerda/direita", "frente/trás", "acima/abaixo". Oriente-o por esquinas e nome de ruas; evite utilizar termos como "aqui", "ali", "para lá", "para cá"...etc...;

_ Em um restaurante, descreva a localização das mesas e cadeiras, indicando os lugares vagos. Quando não estiver em escrita Braile, leia em voz alta o cardápio, oportunizando a escolha do próprio pedido; 

_ Quando o alimento chegar, se for de interesse do DV, descreva sua disposição utilizando as posições do relógio como referência;

_ Antes de pensar em guiar um DV, pergunte se ele está precisando de ajuda;

_ Para guiar um DV, espere que ele segure no seu braço e acompanhe o movimento de seu corpo enquanto anda;

_ Para sentar, guie o DV até a cadeira e coloque a mão dele no braço ou no encosto e deixe que a pessoa sente-se sozinha;   

_ Para subir e descer do ônibus, basta indicar, colocando a mão do DV na alça externa vertical e ele subirá sozinho; (em ônibus de turismo, oriente o DV das condições de segurança, por serem diferentes ao ônibus urbano, diga a ele o número de degraus, a porta de passagem para o corredor, forneça o maior número de dados possíveis);

_O cão-guia é um animal com a responsabilidade de guiar um dono que não enxerga, portanto não o distraía com agrados;

_ Não mude os móveis ou pertences pessoais do DV sem o informar;

_ Deixe todas as portas abertas ou todas as portas fechadas. Portas, inclusive dos móveis, entreabertas podem ser perigosas;

_ Seja cauteloso ao questionar o DV quanto a sua cegueira, pois alguns apresentam dificuldades em expor sua condição de deficiente, além desta ser uma informação pessoal que deve ser respeitada.



Elaborado por: Dra. Lígia Aparecida Furlan - Terapeuta Ocupacional e Técnica em Orientação e Mobilidade.

Colaboradores: Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores -
                          Av. Washington Luiz  nº 570 - Vila Marieta
                          Campinas - SP
                          fone:- (19) 3231 2136 

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