terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Notícias da Fazenda - Regina Buzo conta, História das Folias de Reis

História das Folias de Reis.

                                                 Primeira Parte.


A historia das folias de Reis,vou recordar  prá voceis.
Começou em Minas Gerais,lá em  São João Del Rey.
No Engenho Canta Galo.
Promessa dum velho escravo.
Que chamava  João dos Reis.

Era um velho muito humilde que sofreu na escravidão.
E depois que foi liberto, ergueu sua tenda  de oração.
E aquele preto sofrido.
Se tornou tão querido.
Por toda sua região.

Pai João na escravidão enfrentou muitos trabalhos.
Os caminhos foi difícil, mas não procurou atalho.
E o pobre vélho escravo.
Devoto dos  Reis Magos.
E da Senhora do Rosário.

Um dia um seu netinho, ainda um anjo inocente.
Com uma doença incurável, delírios e febre ardente.
O preto na mesma hora.
Pediu a Nossa Senhora.
E aos Treis Reis do Oriente.

O pedido com muita fé, os Treis Reis lhe atendeu.
E a Virgem Nossa Senhora , o menino socorreu.
E por mistério  divino.
Foi salvo aquele menino.
Por um milagre de Deus.

Mas o mundo foi girando e o tempo passou depressa.
João dos Reis muito fiél,a todos ele confessa.
Que ia reunir uns folião.
Prá cumprir  sua intenção.
E pagar sua promessa.




Primeiro féis uma bandeira e chamou de Santo Manto.
Amarrou bem num bambu o pedaço de linho branco.
Onde desenhou José e Maria.
Deus menino na lapinha.
Junto com os Treis Reis Santo.

Feis a viola tão simples,com as craveias de madeira.
Uma caixa de pau ôco,com o couro de uma ovelha.
Com chitão feis  as fardas.
Uma ele féis  ramada.
E  a outra toda vermelha.

Também féis os capacetes,de ponta agulha e florão.
Feis as masca e feis os lenços,prá esconder bem a feição.
Feis a espada e as matulas.
Ensinou dançar a chula.
E treinou os dois bastião.

Separou as duas fardas,a segunda e a primeira.
Prá dançar e pedir esmola e fazer as brincadeiras. 
Prus dois ser bom combatente.
Dançar  na linha de frente.
E ser guardas da bandeira.

João dos Reis cantou um hino e chamou de embaixada.
E pediu prus companheiros,repetir aquela toada.
O hino ficou perfeito.
No compasso do dueto.
Na escala bem afinada.

Deu nome  pras cada vóis,primeira é a embaixada.
Respondão e o ajudante ,caceteiro, contrato e  tala.
Prú coral ficar mais chic.
Tem o tipe e contra-tipe.
E a requinta despontada.

Os instrumentos  era   simples,caixa pandeiro e viola.
Reco-reco e a rabeca e também uma bandola.
E a pinguinha com arruda.
E algumas  coisas miudas.
Levava dentro da sacola.

E a sua toalha branca,com o seu  rendado longo.
Levava do lado esquerdo,pendurada no seu ombro.
A toalha sobre as vestes.
Tradição dos grandes mestres.
Embaixador e  Rei do Congo.

O menino da promessa,João dos Reis chamou primeiro.
Dizendo neto querido, nosso Deus é verdadeiro.
Com carinho e respeito.
Leve a  bandeira no peito.
Meu pequeno  bandereiro.

Era uma Folia de Reis,na mais pura  união.
Tinha fé tinha respeito,evangelho e religião.
Foliões de roupas rasgadas.
Saíram  pelas estradas.
Todos eles com os pés no chão.

João dos Reis na sua saída,féis muita gente chorar.
Disse eu vou andar no mundo,nas voltas que o mundo dá.
A volta do mundo é grande.
Nós vamos andar tão longe.
Mais depois vamos voltar.

Sairo batendo a caixa,entre os gritos dos bastiãos.
Debaixo de chuva e sol e também pela escuridão
Prá dar uma volta completa.
E só voltar no dia da festa.
Prá encerrar a sua missão.

Mais lá na curva da estrada,bem perto de uma fazenda.
Encontrou com os ciganos e a eles pediu uma prenda.
E  um ciganos de religião.
Chamou  aqueles foliãos.
Prá cantar  na sua tenda.

O cigano tava vestido,com suas vestes mais bonita.
Cheia de enfeites dourados,pingentes, pedras e fitas.
Mesmo cheia de poeira.
Parecia uma bandeira.
Na ora que o vento agita.

E o cigano tirou os enfeites e todos seus ornamentos.
E por ser muito  devoto, ali deu o seu grande exemplo.
Com sua fé verdadeira.
Enfeitou aquela  bandeira.
Os capacetes e os instrumentos.

Os ciganos lê a mão,prá completar a sua renda.
Guarda o ouro no dente,conta estórias e muitas lendas.
Os ciganos não andam só.
Igual ao povo de  Jacó.
Mora embaixo de  tendas.

E apesar de diferente o cigano é nosso irmão.
Vive no mundo ineiro,morando em todas nação.
Igual estrelas no céu.
É os filhos de Ismael.
Descendentes de Abraão.

Abraão foi um  cigano,que muito andou na vida.
E a sua tenda de lona,tantas vezes foi erguida.
Sempre obedeceno a Deus.
Levando o povo  seu .
Rumo á terra prometida.

O chefe Cigano Rey,disse  eu vou junto com voceis.
Levo porco e os cabritos,queria fazer  a sua veis.
Foi comprando e trocando.
E tudo que foi ajuntando.
Deu prá festa dos Treis Reis.

Muitas coisas  aconteceu no giro da romaria.
Muita  gente alcançou graça e outras se convertia
E cheio do pó da estrada
Feis a meia lua da chegada.
Dia seis ao meio dia.

João dos Reis ficou contente, na hora  da sua chegada.
E entre as raias do sol quente,ali cantou sua embaixada.
Prá saudar aqueles marcos.
A estrela e os treis arcos.
E as correntes espichadas.

Cada arco é um reis,cada reis é um presente.
João dos Reis interpretou,tudo que estava na frente.
Viu o portão de Jerusalém.
Mas para visitar o Belém.
Mandou cortar as correntes.

A estrela correu no arco,num corão que se reluz.
E o reflete da estrela,os Treis Reis ele conduz.
E no espaço de um segundo.
Encontraro a luz do mundo.
No sorriso  de  Jesus.

Rei Melchior levou o ouro,presente de majestade.
Rei Gaspar levou a mirra,a mirra é a imortalidade.
Baltazar levou o incenso.
Fumaça que sobe ao vento.
Até o trono da santidade.

A chegada foi bonita,mais  a festa foi tão bela.
Encontraro Deus Menino,num altar cheio de vela.
E a Mãe Preta  com seu rosário.
Rezou o terço  no santuario.
No altar da Pedra Délia.

Pai João foi lenda viva,mais há tempo ele morreu.
E a semente que ele plantou,pelo mundo ela nasceu.
Pai João partiu prá glória.
Mais deixou a sua historia.
Que com  fé ele escreveu.

                                      Fim.      
                                  




                                                                 |______________________
                                                                   João Ramalho de Oliveira

                                                                           Fevereiro-2011.
Prezada Amiga.
Regina C.Buzo.

Segue anexo a ¨História da Primeira Folia de Reis no Brasil ¨,segundo relatos de pessoas antigas e informações de domimio popular,apenas versada e metrificada
por mim.

Informo também que a foto da capa não é minha é uma imagem que eu acho muito linda  resgatada  nas imagens do google.
Se houver interesse ficarei contente se o mesmo for divulgado, agora com as correções devidas mas,aceito,criticas,sugestões e ajudas,tudo no sentido do aperfeiçoamento da nossa cultura e do meu singelo trabalho.


                                                                            Cordialmente.

                                                                      João Ramalho de Oliveira.


Regina Buzo, COMTUR Mococa
conturmococa@gmail.com


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