terça-feira, 27 de março de 2012

Notícias da fazenda! Regina Buzo conta!




    Que bom seria se toda cidade tivesse um espaço assim, com suas memórias preservadas, não só para seus cidadãos e descendentes, mas para toda humanidade. Assim aqueles que não souberam preservar pudessem emprestar um pouquinho dessa maravilha para tentar resgatar suas memórias. Parabéns Mococa com seus casarões  e fazendas históricas que abre seu coração e suas memórias para todos que necessitam. 

Memórias de um Gigolô!

MEMÓRIAS DE UM GIGOLÔ

Autoria: Walter George Durst e Marcos Rey  
Direção geral: Walter Avancini
Supervisão: Daniel Filho
Produção do núcleo: Ary Grandinetti Nogueira
Período de exibição: 14/07/1986 – 08/08/1986
Horário: 22h
Nº de capítulos: 20






Trama/ Personagens:    
     
- Com adaptação do livro homônimo feita por Marcos Rey, a minissérie teve o roteiro final escrito por Walter Avancini. Ambientada em São Paulo, no final da década de 1920, a trama se desenvolve em torno do triângulo amoroso formado pela prostituta Guadalupe, conhecida como Lu (Bruna Lombardi), Mariano (Lauro Corona), um aprendiz de gigolô criado no bordel de Madame Iara (Elke Maravilha), e Esmeraldo (Ney Latorraca), um gigolô profissional.
- As memórias são de Mariano, que narra episódios tristes e cômicos de sua vida como gigolô. Órfão, foi criado pela tia Antonieta (Lolita Rodrigues) desde menino. No primeiro capítulo da minissérie, ela é atropelada e morre, e Mariano é levado por Madame Iara para seu bordel, onde passa a viver. Em sua história, dois personagens são fundamentais: Esmeraldo, seu grande mestre, um homem charmoso e sedutor, amante do tango e da boa vida, e Guadalupe, conhecida como Lu, uma jovem prostituta devota de Nossa Senhora de Guadalupe, linda, doce e extremamente sensual. Esmeraldo é namorado de Lu, a quem ama incondicionalmente. Mariano entra na vida do casal e acaba se apaixonando por ela. Está formado, então, o triângulo amoroso que conduz toda a narrativa.
- A história de Memórias de um gigolô é uma alegoria romântica, construída a partir da vida de profissionais marginais – gigolôs e prostitutas – que se comportam com extrema liberdade.
- Esmeraldo e Mariano são inteiramente apaixonados por Lu, que também os ama com a mesma intensidade. O jogo de sedução, vivido sem sentimento de culpa ou traição, se passa no apogeu do ciclo do café, em meio ao luxo, ao brilho e ao requinte que envolvem os magnatas da indústria cafeeira. Sem Lu em suas vidas, Esmeraldo e Mariano sofrem. Apaixonada pelos dois homens, ela não suporta vê-los sofrer. Por isso, quando um está bem e o outro está precisando dela, seja afetiva ou financeiramente, ela parte para ajudar ao que precisa, da forma que for. Lu larga tudo para proteger o homem que ama: jóias, roupas, trabalho, esquece até de si. Assim, ela vai conduzindo as duas relações.
- Esmeraldo e Mariano, apesar de amarem a mesma mulher, não sentem raiva um do outro. Eles compreendem o sentimento que os une. Os dois são homens charmosos, interessantes e muito românticos. Mariano tem profunda admiração por Esmeraldo e quer ser igual a ele. Ao seu ver, Lu ama mais o experiente e requintado gigolô do que ele, mas não se importa, pois entende a fascinação que Esmeraldo provoca. Os três personagens encaram a vida e as relações amorosas da mesma forma, com a mesma intensidade e liberdade. Extrovertidos e alegres, vivem grandes prazeres sem pudores ou repressão. No último capítulo da minissérie, há uma passagem de tempo, onde o telespectador descobre que os três amantes continuam levando a relação da mesma forma.
- Na adaptação do livro para a televisão, Walter Avancini decidiu criar vinte contos independentes, que estariam ligados pela trama central da história. Assim, foram gravados episódios fechados, histórias que se concluíam a cada dia. Ao longo de 20 capítulos, o telespectador pôde acompanhar, além da trama envolvendo os três protagonistas, a história de diferentes personagens que entravam e saíam da narrativa.

Produção:
- A minissérie teve cenas gravadas em Friburgo, Rio de Janeiro; Santa Cruz das Palmeiras e Mococa, em São Paulo; e em Poços de Caldas e Pirapora, em Minas Gerais. Para os cenários, foi realizada uma minuciosa pesquisa, especialmente sobre a arquitetura dos anos de 1920. Raul Neves, responsável pela cenografia, desenvolveu cerca de 150 ambientes, sendo que alguns deles apareciam por apenas alguns segundos.
- O figurino da minissérie foi uma atração à parte. Beth Filipecki criou indumentárias elegantes e especiais inspiradas no trabalho do caricaturista J. Carlos. Com muito charme, as roupas retratavam com precisão a época das melindrosas, almofadinhas e malandros.
- Para ajudar na composição do seu personagem, a atriz Bruna Lombardi cortou os longos cabelos loiros acima do queixo, com franja, e os tingiu de preto.

Curiosidades: Memórias de um gigolô havia sido adaptado para o cinema em 1970, num filme homônimo dirigido por Alberto Pieralise. Na versão cinematográfica, o triângulo amoroso era formado por Cláudio Cavalcanti, Rossana Ghessa e Jece Valadão.

Trilha sonora: - Escrita em tom de opereta, Memórias de um gigolô teve trilha sonora composta de flashes musicais de sucessos da época.

[Fontes: Boletim de programação da Rede Globo, números 699, 700, 702, 705; ACOSTA, Adão. “A difícil mas curtida cenografia do Gigolô” In: Ultima Hora, 31/07/1986; MEMÓRIA GLOBO.Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; SANTOS, Wilson Roberto. “Deliciosas memórias” In: Folha da Tarde, 11/07/1986; YAMAMOTO, Nelson Pujol. “Memórias de um gigolô fugiu do óbvio e acertou” In: Folha de S. Paulo, 16/11/1986; www.teledramaturgia.com.br, acessado em 10/2006;http://viaglobal/cedoc (intranet), acessado em 06/2006.]


Regina Buzo
Presidente Com Tur Mococa

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