sábado, 2 de outubro de 2010

Paraty- Uma Jóia do ciclo do ouro!









A meio caminho entre Santos e o Rio de Janeiro, na divisa entre os dois estados, Parati é o equilíbrio perfeito entre quem busca praias exuberantes e monumentos históricos, e como um maravilhoso bônus, um clima pacato e interiorano: acolhedor e simpático sem perder a sofisticação.


Parati – Uma jóia do ciclo do ouro

Parati foi fundada no início do século XVI, e teve pouca relevância no cenário histórico nacional em suas primeiras décadas de vida, dedicando-se à plantação da cana de açúcar. A escolha da cidade como principal porto de escoamento de ouro e pedras preciosas vindas de Minas Gerais, no entanto, mudou completamente o cenário. A então pacata vila foi quase instantaneamente alavancada ao status de uma das mais influentes e poderosas cidades da colônia, com habitantes requintados e um próspero comércio.
Elegantes palacetes foram erguidos para os moradores mais ilustres e resplandecentes igrejas ornamentadas com obras de arte e ouro foram rapidamente edificadas, para refletir o status e ostentar as glórias recém adquiridas.




Tanta riqueza não tardou a chamar a atenção dos temíveis piratas, obrigando a colônia a criar uma forte estrutura de defesa. Uma rápida caminhada a partir do centro da cidade – pouco mais de quinze minutos – conduz até o Forte Defensor Perpétuo, cuja construção remonta a 1703. Além de canhões de diversos períodos históricos, que seguem expostos no local, a vista da baia de Parati é uma atração à parte.
O
casario colonial é uma lembrança viva da riqueza do ciclo do ouro, e com suas eiras e beiras seguem orgulhoso ostentando suas cores vibrantes por todo o centro da cidade. Muitos destes palacetes tornaram-se confortáveis hotéis, com mobília colonial, decoração artística e aquele clima histórico que ajuda em muito a sensação de viagem no tempo.
Modificações do caminho de escoamento dos minérios trouxeram o declínio da prosperidade, ligeiramente revivido durante o ciclo do café, mas foi inevitável... Parati perdeu completamente sua importância económica por volta da metade do século XIX, para tristeza de seus ricos habitantes, mas, para a sorte dos turistas, que a reencontraram uma centena de anos depois, como uma formosa cápsula do tempo.


Maçonaria a céu aberto

Os maçons chegaram ainda no século XVIII, fugindo de perseguições, e encontraram um ambiente fértil e tolerante em Parati. A liberdade encontrada na cidade propiciou uma situação bastante singular: se na Europa precisavam se encontrar em segredo, sua presença em Parati pode ser notada abertamente por toda a cidade.
Os sobrados cujos proprietários eram maçons possuem faixas com símbolos geométricos de linguagem codificada. Quanto maior o grau do proprietário na hierarquia da sociedade secreta, mais intricados os símbolos na fachada da residência.

Menos visíveis, mas igualmente notáveis são as influencias no próprio planejamento urbano da cidade, como o fato das casas do centro histórico que ficam em esquinas ostentarem três cunhais de pedra formando um triângulo imaginário, e o centro histórico de Paraty ter exatamente 33 quarteirões, um número de forte simbologia maçônica. As plantas das casas foram feitas na escala 1:33.33, e creia, não é apenas coincidência.

Restaurantes, Agito e Cachaça

A culinária de Parati é reconhecida com uma das mais ricas do Brasil, reverenciada por experts e guias culinários. Há de tudo: desde estrelados restaurantes de cozinha internacional a simples e saborosa culinária caiçara, passando até mesmo por uma sorveteria italiana que não faz feio diante de suas co-irmãs européias.
Boa parte dos cafés e restaurantes, após servirem seus jantares, oferece shows com música ao vivo, e os mais animados viram madrugada adentro agitando a noite nos antigos casarões de Parati.
Outra grande fonte de renda do município desde os primórdios coloniais é a produção de cachaça. Estima-se que havia mais de 150 alambiques na região em 1850 e a qualidade do destilado tornou-se conhecida por todo o reino. Para nossa sorte, a tradição continua firme, e a “água que passarinho não bebe” produzida em Parati continua sendo motivo de orgulho aos habitantes da região.

Passeios de Escuna, Ilhas, Parques e Praias

Quem não foi ao Vaticano não conhece Roma, certo? Pois ir a Parati sem fazer um passeio de escuna é uma heresia semelhante! Muitas são as opções e os horários, e quase todos incluem escalas em uma das dezenas de ilhas da região... E, vistas maravilhosas! Os programas são um pouco “enlatados”, com aquele jeitinho de “para inglês ver”, mas ainda assim valem muito à pena.



Não muito distante do centro histórico fica a belíssima Vila de Trindade, e onde anteriormente se abrigavam piratas à espreita por um bom saque, os hippies fincaram suas bandeiras na década de setenta, adotando um estilo de vida alternativo e pacífico. Hoje seus descendentes recebem os turistas com animada cortesia, e as praias praticamente intocadas da região são a alegria dos apreciadores de mar e natureza.
Mas há ainda mais opções para suas férias em Parati. Diversas cachoeiras serpenteiam pelas serras e o Parque da Serra da Bocaína oferece agradáveis caminhadas, além de trechos perfeitamente preservados do antigo “
Caminho do Ouro” pavimentado por escravos sobre antigas trilhas indígenas.



Vale reservar alguns dias para descobrir a sua própria Parati!



fonte:-Estilo: http://www.eujafui.com.br/artigos - Destinos & Roteiros

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